Além do Ozempic: podemos imitar medicamentos para perder peso com alimentos?

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Ozempic e outros agonistas do receptor GLP-1 revolucionaram o tratamento do diabetes tipo 2 e o controle de peso, imitando um hormônio intestinal natural chamado GLP-1 (peptídeo-1 semelhante ao glucagon). Esse hormônio sinaliza para o cérebro, suprimindo o apetite e ajudando a regular os níveis de açúcar no sangue. Embora as drogas sintéticas GLP-1 permaneçam no corpo por mais tempo para efeitos sustentados, os pesquisadores estão explorando alternativas livres de drogas encontradas em nossas escolhas alimentares diárias.

Esta busca decorre de considerações práticas e éticas: algumas pessoas podem ter dificuldades com a acessibilidade ou o custo dos medicamentos prescritos, enquanto outras preferem dar prioridade aos remédios naturais. Além disso, a compreensão de como os compostos naturais interagem com as vias do GLP-1 poderia oferecer insights sobre a saúde metabólica a longo prazo, sem depender apenas de drogas sintéticas.

Uma equipe da Universidade de Heliópolis, no Cairo, liderada pelo microbiologista Tohada AL-Noshokaty, está examinando essas possibilidades. A revisão publicada em Toxicology Reports destaca fontes naturais promissoras para potencial modulação do GLP-1. Estes incluem ingredientes familiares como canela, gengibre, trigo, chá verde fermentado e berberina, um composto encontrado em algumas plantas medicinais.

O tempo é importante: uma abordagem antes da refeição?

A chave para desbloquear os benefícios destes compostos naturais parece estar em quando os consumimos. Uma vez que o GLP-1 natural é rapidamente decomposto por enzimas, os investigadores sugerem que o consumo antes das refeições pode ser crucial para maximizar o seu impacto.

Esta estratégia já se mostrou promissora com a proteína do soro de leite, um subproduto da produção de queijo. Vários estudos recentes indicam que uma pequena porção de proteína de soro de leite consumida 15 minutos antes das refeições pode melhorar modestamente a glicemia e as respostas à insulina após comer, potencialmente através da influência do GLP-1. Os flavonóides, os compostos amargos encontrados nas frutas cítricas e no lúpulo, também têm sido associados ao aumento da liberação de GLP-1, de acordo com uma revisão publicada em agosto de 2025.

A fibra dietética é outro concorrente. Uma meta-análise publicada em setembro de 2025 sugere que a suplementação com fibras melhora o controle do açúcar no sangue e a sensibilidade à insulina em indivíduos com sobrepeso ou obesos. Embora o mecanismo exato não seja totalmente compreendido, os pesquisadores especulam que a fibra estimula a liberação de GLP-1, levando à melhoria da saúde metabólica.

Além do prato: um quebra-cabeça complexo

Embora essas descobertas sejam encorajadoras, é importante lembrar que a pesquisa ainda está em andamento. É necessário muito mais trabalho para identificar exatamente como os diferentes alimentos influenciam a atividade hormonal intestinal e traduzir essas descobertas em recomendações dietéticas práticas.

No entanto, o crescente conjunto de evidências sugere que os compostos que ocorrem naturalmente na nossa dieta podem conter chaves valiosas para desbloquear o potencial do GLP-1 no controlo do peso e na prevenção da diabetes. Talvez prestando mais atenção ao que comemos e ao quando, possamos aproveitar o poder dessas antigas vias metabólicas sem depender apenas de medicamentos sintéticos.

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